19/03/2010 - Credicard Hall, São Paulo.Tarde ensolarada, cerveja na mão, esse era o clima da tarde de sexta feira.
Poucos fãs na porta, o que parecia revelar um fracasso do show. Mas todos sabemos que o trânsito de sexta feira em são paulo é lástimavel.
Lá pelas 18/19h ja se via que realmente os fãs de Dream Theater são fiéis, a maioria vindo cansada do serviço direto pro show,na parte de dentro acabavam de montar o palco e davam início a passagem de som.
Próximo ao começo do show um grupo de fãs chegou ao backstage para fotografar e conseguir autógrafos (destaco a simpatia de Portnoy e Myung, mas LaBrie e Petrucci demonstraram desinteresse na chegada ao local das fotos, 'provavelmente foram meio "simpaticofalsos" nos autógrafos', bem mas isso não tira a beleza do show).
Destaco aqui tambem que Petrucci está parecendo o conan, deve estar tomando bomba huahua.
Acompanhando a passagem de som já dava para perceber que ia acontecer o de sempre no glorioso credicard, o som deixaria a desejar.
Por volta das 21h começava a soar os acordes famosos e sinistos de Imperial March, já com isso se podia esperar um bom trabalho da banda de abertura Bigelf.
O visual dos caras é inspirador e totalmente psicodélico, na hora nos faz se sentir no Woodstock.
Não conhecia o trabalho do Bigelf, mas fiquei impressionado com a apresentação. O vocalista Damon Fox é bem carismático e sabe controlar o público (ele mais parece irmão do Jack Sparrow). Mas o ápice do show do Bigelf foi Money, It's Pure Evil!, quando Mike Portnoy entrou no palco armado de um microfone e começou a cantar com Damon. Os fãs foram a loucura.
Damon conquistava a atenção de todos com seus insanos solos de órgão dando uma aula de psicodelia a todos que ali estavam, o Bigelf pode soar igual (lê - se beeeeeeeeem igual!!!) ao Pink Floyd às vezes, mas como eles mesmos dizem e concordo plenamenten que são uma mistur de Black Sabbath e Pink Floyd, e uma mistura muito bem feita.
Bom, o Bigelf mostrou ser uma banda muito competente abrindo pro Dream Theater, são poucas as bandas de abertura no mundo que conseguem animar o povo com a maestria do Bigelf. Tenho certeza que a maioria que estava presente naquela sexta no Credicardhall adorou o que viu e espera agora uma turnê do Bigelf, para eles terem o espaço que merecem, mas vamos a banda principal: Dream Theater.
Creio ter sido esse o set list (não conhecia a banda):
The Evils of Rock'n Roll
Neuropsycopathic Eye
Pain Killers
Blackball
Hydra
Money, It's Pure Evil!
Money Machine
Logo após a saída do Bigelf do palco, a equipe de palco entrou de um jeito completamente desajeitado para retirar os instrumentos, mas até aí beleza. Muitos minutos de espera para o tão aguardado show do Dream Theater. Fizeram um longo e desnecessário intervalo entre um show e outro.
Depois de uma longa espera soam as primeiras notas da tão conhecida melodia do filme Psicose, todos naquela tensão pré cortina, todos inquietos esperando a cortina descer.Ao término da intro mais uma pausa desnecessária, só aumentando a ansiedade do público.
Ansiedade que valeu apena quando se ouviram os primeiros riffs de A Nightmare To Remeber.
A galera foi a loucura com as belíssimas linhas de guitarra meio "Metallica", mas aí vem a parte chata de shows no Credicardhall: o áudio.!!!
Muitas vezes a guitarra só era ouvida nos solos. O baixo dava pra escutar, mas estava embolado.
A bateria estava impecável (pelo menos um né!!), os bumbos de Portnoy pareciam murros no peito.
Quando chegou a parte de Portnoy arriscar seu engraçado gutural os bumbos pareciam uma martelada no tímpano, o Credicard tremeu que parecia que ia desmoronar.
A voz de LaBrie, cheia de efeitos, muitas vezes nao conseguia se sobrepor a do público. O teclado de Jordan só escutei quando estava com efeito de piano ou sintetizador.
Passando um tempo de show melhorou um pouco o áudio, mas não muita coisa.
Depois da longa A Nightmare to Remeber tocaram A Rite of Passage conquistando o público sem muitas dificuldades.
Depois da jornada que foram essas músicas
Petrucci, acompanhado por
Jordan, nos presenteou com um belíssimo solo dando uma aula de feeling e técnica que logo se transformou na belíssima balada
Hollow Years.Cantada em uníssono pelo público
Hollow Years, na minha opnião, foi uma das melhores da noite.Petrucci tocou um solo maravilhoso criado em cima do antigo e a banda fez da
Hollow Years uma música impecável, foi uma aula.
Imendado na Hollow Years veio um longo,técnico, interessante, e cansativo solo de Jordan Rudess.
Jordan mostrou a técnica que tem, mas como há muito já vem fazendo seus solos são muito previsíveis, mas mesmo assim fez com que todos ficassem imóveis tentando acompanhar seus dedos.
Prophets of War veio com um belíssimo medley de Dance of Eternity e One Last Time. Tocaram também um medley do Intrumedley que ficou muito bom.
O destaque, em relação a resposta do público, foi The Spirit Carries On.
Olhava para o lado e via alguns fãs chorando, tão profundo que é o feeling dessa música. Cantada em uníssono também, o solo dela dispensa elogios. Como sempre Petrucci deu um show.
Wither também foi bem recebida pelo público, mas o medley de Pull Me Under e Metropolis levou muito fã à loucura. Não pode deizar de ser citado a maravilhosa jam que fizeram na Metropolis, acho que seria certo chamar de Workshop, foi arrepiante.
Agora a música que visivelmente quebrou o clima do show foi The Count of Tuscany, o refrão agitava, mas o resto não. É uma música muito boa, mas não deu certo, só pecaram aí.
O Dream Theater subiu ao palco com um repertório colocado como duvidoso pela mídia, mas provou porque é uma das maiores bandas da atualidade.
Dizendo por mim, foi o melhor show que já vi. Espero que voltem logo e tragam mais uma banda maravilhosa para abertura.
O Dream Theater sempre será bem vindo aqui no Brasil !!!
(Daniel Moraes; baterista do Heiliges Feuer/Metropomotion Dream Cover - no catering do Dream Theater)